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Condrólise de quadril em uma adolescente: evolução clínica e radiológica


Ana Paula SakamotoI; Larissa Lucati RamosII; Artur da Rocha Corrêa FernandesIII; Maria Teresa
TerreriI,*


ISetor de Reumatologia Pediátrica, Departamento de Pediatria, Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp), São Paulo, SP, Brasil
IIDepartamento de Pediatria, Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (SCMSP), São Paulo, SP,
Brasil
IIIDepartamento de Diagnóstico por Imagem, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São
Paulo, SP, Brasil

 


RESUMO


A condrólise idiopática de quadril é uma condição rara, caracterizada por destruição progressiva
da cartilagem articular da cabeça do fêmur e do acetábulo, sem etiologia conhecida. A CIQ tem
início insidioso e acomete com maior frequência meninas na adolescência. Os pacientes
apresentam dor intensa em quadril, restrição de movimentação e até claudicação. O objetivo do
trabalho foi demonstrar um caso dessa doença rara: uma adolescente de 11 anos de idade, com
condrólise, em acompanhamento por três anos. As provas de atividade inflamatória eram normais.
Os exames de imagem (radiografia, ultrassonografia e ressonância magnética) foram essenciais
para o diagnóstico. O tratamento baseou-se no controle da dor e preservação da mobilidade
articular, incluindo atividades físicas de baixo impacto, anti-inflamatórios não hormonais e droga
modificadora de doença, com boa resposta após um ano de tratamento. Intervenção cirúrgica não
foi necessária.
Palavras-chave: Quadril, Adolescente, Criança, Condrólise idiopática de quadril

 


Introdução


            A condrólise idiopática de quadril (CIQ) é uma condição rara, caracterizada por diminuição do
espaço articular provocada pelo desaparecimento da cartilagem hialina que recobre a cabeça
femoral e o acetábulo, com destruição progressiva da cartilagem, sem etiologia conhecida.1
Em literatura, a descrição de CIQ na faixa etária pediátrica é rara, sendo restrita, na maioria das
vezes, a relatos de caso.2-6
A condrólise pode ocorrer como evento aparentemente idiopático ou pode ser secundária a outras
patologias de quadril.7 As causas mais comuns de condrólise secundária são: imobilização
prolongada, neoplasias, doença de Legg-Calvé-Perthes (necrose avascular de cabeça do fêmur),
traumatismo, artrite séptica, artrite idiopática juvenil (AIJ), síndrome de Stickler e epifisiolistese
proximal do fêmur.
A CIQ acomete com mais frequência adolescentes do gênero feminino (80%) de etnia asiática ou
africana. O acometimento monoarticular é prevalente (60% do lado direito) em relação ao bilateral
(5% dos casos).3,8 Clinicamente, a CIQ caracteriza-se por dor intensa em quadril, joelho ou em
todo o membro inferior, restrição à movimentação, marcha claudicante, podendo levar ao
encurtamento do membro.
O diagnóstico diferencial dessa patologia é difícil, principalmente em relação à AIJ. Entretanto, na
CIQ há ausência de sintomas sistêmicos e a investigação laboratorial (hematológica,
microbiológica, imunológica e de reagentes de fase aguda) é normal.7 Além disso, o
acometimento único de quadril é infrequente na AIJ.
Na CIQ juvenil, as imagens radiológicas são úteis na exclusão de causas secundárias.3 A
ressonância magnética tem papel importante no diagnóstico e no acompanhamento da doença.8,9
Alguns autores especulam sobre uma etiologia genética e hormonal (meninas), porém tais
hipóteses ainda não foram comprovadas.10,11 Morrissy et al.12 sugeriram que esta patologia,
assim como a epifisiolistese proximal do fêmur, poderia representar um tipo soronegativo de
resposta imune, uma vez que a diminuição do espaço articular é semelhante ao da AIJ.12 Outros
autores demonstraram que anticorpos e imunocomplexos na sinóvia podem desempenhar um
papel importante no desenvolvimento da condrólise.13-16 Por esse motivo, embora o tratamento
seja discutido e não haja evidências em literatura, anti-inflamatórios não hormonais e drogas
antirreumáticas modificadoras de doença são utilizados. O uso de agentes biológicos, como
agentes anti-TNF-alfa, restringe-se a um relato de caso.10
Em casos graves, quando não há resposta ao tratamento clínico, pode-se optar por tração
cutânea, além de tratamento cirúrgico. As principais indicações desses procedimentos são:
melhora da dor, correção da deformidade e melhora da amplitude de movimento do quadril.10 O
tratamento cirúrgico inclui capsulectomia com ou sem tenotomia do psoas e/ou adutor, artrodese
do quadril e artroplastia, porém com resultados não promissores.11,17 A fisioterapia é uma
medida importante no tratamento. A remissão do quadro ocorre em 54% dos casos conforme a
literatura.9
            Devido à raridade de relatos de CIQ na faixa etária pediátrica, resolvemos descrever o caso de
uma adolescente de 11 anos de idade.


Relato de caso


            Paciente do gênero feminino, branca, 11 anos, com queixa de dor em quadril esquerdo e
claudicação após exercício físico há um mês e meio. A paciente negou antecedentes de infecções
e/ou trauma. Fez uso de anti-inflamatório não hormonal por um mês, sem melhora. Também
negou acometimento de outras articulações. O exame osteoarticular revelou dor e limitação à
rotação externa e interna do quadril esquerdo e marcha claudicante. Os exames laboratoriais
mostraram hemograma normal velocidade de hemossedimentação de 10 mm na primeira hora,
proteína C-reativa normal e anticorpo antinuclear negativo. Levantou-se a hipótese diagnóstica de
artrite crônica em quadril esquerdo. Introduzido naproxeno 500 mg/dia (12 mg/kg/dia) e solicitada
avaliação da oftalmologia para exame de lâmpada de fenda, que se mostrou normal. O teste
tuberculínico foi negativo.
            A radiografia de quadril (posteroanterior e Lauenstein) mostrou discreta redução de espaço
articular e discreta osteopenia à esquerda (fig. 1). A ultrassonografia de quadril mostrou
espessamento sinovial e derrame articular à esquerda. À cintilografia, observou-se aumento de
captação no quadril esquerdo. A ressonância magnética mostrou derrame articular em quadril
esquerdo, pequena área de cerca de 8 mm de hiposinal em T1 e hipersinal em T2 compatível com
edema subcondral relacionado a processo inflamatório, sem lesão de cartilagem (fig. 2).
Foram feitas as hipóteses diagnósticas de AIJ, necrose avascular ou condrólise. Pela não
resposta ao naproxeno, o mesmo foi substituído por indometacina 50 mg/dia (1,2 mg/kg/dia). Após
um mês sem melhora, introduziu-se metotrexato 15 mg/semana (0,25 mg/kg/semana) via oral. A
indometacina foi mantida, e iniciou-se fisioterapia motora e natação.
A paciente retornou à consulta cinco meses depois, com persistência da dor e referindo não fazer
uso do metotrexato há dois meses. As sessões de fisioterapia e a natação foram mantidas. O
exame físico permaneceu inalterado. Três meses após a reintrodução do metotrexato, a paciente
retornou referindo dor aos esforços físicos e claudicação após atividade física. A dose de
metotrexato foi aumentada para 20 mg/1 vez por semana, subcutâneo (0,4 mg/kg/semana),
mantidas a fisioterapia e a natação e solicitados exames. Após seis meses da reintrodução do
metotrexato, a paciente ficou assintomática e sem claudicação. Ao exame físico, apresentou leve
limitação dos movimentos do quadril esquerdo.
Após 12 meses, com 24 meses de evolução do quadro e em uso regular de metotrexato, a
paciente permaneceu assintomática e sem limitação de quadril esquerdo. A ultrassonografia de
quadril mostrou-se normal, e a ressonância magnética de quadril esquerdo evidenciou discreto
afilamento subcondral lateralmente sem edema e pequeno derrame à esquerda em T2 com
melhora em relação ao exame anterior. Foi iniciada redução lenta e progressiva do metotrexato.
Após três meses, a paciente retornou negando queixas ou claudicação e sem alterações ao
exame físico. Depois de mais quatro meses sem queixas, o metotrexato foi suspenso. A paciente
encontra-se bem. Após período de 12 meses de acompanhamento sem medicação, foi realizada
ressonância magnética de quadril esquerdo, que mostrou pequena quantidade de líquido sinovial
e afilamento subcondral e coxofemoral evidente na porção posterossuperior (área de carga) do
quadril, além de discreto edema subcondral.

 


Discussão


            Apresentamos o caso de uma paciente adolescente com condrólise, relatando queixa inicial de
dor crônica em quadril esquerdo, com claudicação e limitação de movimento do quadril, sem
história de trauma, e com exames laboratoriais normais. A paciente evoluiu bem após fisioterapia
e a administração de metotrexato e, atualmente está em remissão sem medicação.
De acordo com a literatura, a CIQ manifesta-se, na maioria das vezes, por dor em quadril e/ou dor
irradiada em joelhos.2 O diagnóstico é clínico e radiográfico.1 Nossa paciente apresentou
acometimento monoarticular de quadril, como descrito frequentemente em literatura.6 O
acometimento descrito como mais frequente em adolescente do gênero feminino também coincide
com o nosso caso.3 A limitação funcional e o encurtamento do membro podem levar à claudicação
se o diagnóstico e o tratamento forem feitos tardiamente, ao contrário do ocorrido na paciente em
questão.4,12
            Os achados radiológicos da paciente mostraram diminuição do espaço articular, além de
osteopenia. Dentre as alterações radiográficas descritas em literatura, incluem-se: redução do
espaço articular, protrusão acetabular, formação de cistos subcondrais, erosão articular,
fechamento prematuro da fise de crescimento e aumento lateral da cabeça do fêmur.3,6,8,9,12
Na ultrassonografia de nossa paciente, observou-se espessamento sinovial e derrame articular. A
ressonância nuclear magnética mostrou precocemente edema subcondral, derrame articular e
edema medular ósseo. De maneira evolutiva, há perda focal da cartilagem, perda de massa
muscular e remodelamento acetabular e femural.7-9
O diagnóstico de CIQ é difícil, e faz-se necessária a exclusão de doenças inflamatórias que
cursam com monoartrite.4,8 O diagnóstico diferencial mais importante é em relação à AIJ, a artrite
crônica mais frequente na infância. No entanto, a AIJ dificilmente restringe-se apenas ao quadril,
acometendo geralmente outras articulações.18 Além disso, a paciente não apresentava alterações
laboratoriais (provas de fase aguda ou presença de autoanticorpos) ou manifestações extraarticulares,
como iridociclite. Na ressonância magnética de pacientes com AIJ observa-se
espessamento sinovial hipervascular (realce sinovial), refletindo intensa atividade inflamatória.8
Necrose avascular de cabeça do fêmur, epifisiólise e neoplasia foram excluídas pelos exames de
imagem. O trauma como causa de condrólise também foi afastado pela longa duração dos
sintomas e pela evolução do quadro. Causas infecciosas como tuberculose também foram
afastadas.
Em trabalho conduzido por Van der Hoeven et al.4 foi descrita a presença de anticorpos
antinucleares, depósitos de imunocomplexos e distúrbios imunológicos em alguns pacientes,
fatores da fisiopatologia da CIQ que se assemelham à AIJ. Tal fato pode justificar o tratamento
com medicações normalmente utilizadas para AIJ, embora não haja evidências de boa resposta
na literatura.


            O tratamento tem base no controle da evolução da doença e dos sintomas, e o uso de antiinflamatório
não hormonal é preconizado para alívio dos sintomas. Drogas modificadoras do curso
da doença, como o metotrexato, são usadas nos casos não responsivos aos anti-inflamatórios,
como o caso de nossa paciente.10 A fisioterapia e a realização de atividades físicas de baixo
impacto são medidas adicionais que devem ser associadas ao tratamento medicamentoso. Apesar
da pouca adesão ao tratamento no estágio inicial, a paciente evoluiu com boa resposta nos nove
meses após a reintrodução do metotrexato. O aumento da dose fez-se necessário para alcançar
boa resposta. O quadro foi completamente reversível, assim como descrito em outros trabalhos.
2,10 Acreditamos que o diagnóstico e o tratamento precoces e a instituição rápida de fisioterapia
tenham sido fatores decisivos para a obtenção de bons resultados.
A boa evolução clínica e radiológica também evitou a necessidade de intervenção cirúrgica. Em
uma casuística de 14 pacientes adolescentes com condrólise, cerca de 70% foram conduzidos à
intervenção cirúrgica.19 Dos 14 pacientes avaliados, 4 (28%) apresentaram má evolução.19
A CIQ deve ser considerada no diagnóstico diferencial do acometimento monoarticular de quadril.
Sequelas como redução expressiva da cartilagem articular ou alterações do tamanho do membro
podem ser evitadas se o tratamento for instituído precocemente.3

 


Conflitos de interesse


Os autores declaram a inexistência de conflitos de interesse.

 


REFERÊNCIAS
1. Bruschini S. Ortopedia Pediátrica. 2.ed. São Paulo: Atheneu; 1998. [ Links ]
2. François J, Mulier M. Idiopathic chondrolysis of the hip: a case report. Acta Orthop Belg.
2007;73(5):653-7. [ Links ]
3. Hughes AW. Idiopathic chondrolysis of the hip: a case report and review of the literature. Ann
Rheum Dis. 1985;44(44):268-72. [ Links ]
4. Van der Hoeven H, Keessen W, Kuis W. Idiopathic chondrolysis of the hip - a distinct clinical
entity? Acta Orthop Scand. 1989;60(6):661-3. [ Links ]
5. Rachinsky I, Boguslavsky L, Cohen E, Hertzanu Y, Lantsberg S. Bilateral idiopathic chondrolysis
of the hip: a case report. Clin Nucl Med. 2000;25(12):1007-9. [ Links ]
6. Mounach A, Nouijai A, Ghozlani I, Ghazi M, Bezza A, Achemlal L, et al. Idiopathic chondrolysis
of the hip - case report. Jt, Bone Spine 2007;74(6):656-8. [ Links ]
7. Cassidy JT, Petty RE, Laxer RM, Lindsley CB. Textbook of Pediatric Rheumatology. 6.ed.
Philadelphia: Elsevier; 2011. [ Links ]
8. Johnson K, Haigh SF, Ehtisham S, Ryder C, Gardner-Medwin J. Childhood idiopathic
chondrolysis of the hip: MRI features. Pediatr Radiol. 2003;33(3):194-9. [ Links ]
9. Laor T, Crawford AH. Idiopathic chondrolysis of the hip in children: early MRI findings. Am J
Roentgenol. 2009;192(2):526-33. [ Links ]
10. Appleyard DV, Schiller JR, Eberson CP, Ehrlich MG. Idiopathic chondrolysis treated with
etanercept. Orthopedics. 2009;32(3):214-7. [ Links ]
11. Korula RJ, Jebaraj I, David KS. Idiopathic chondrolysis of the hip: medium to long-term results.
ANZ J Surg. 2005;75(9):750-3. [ Links ]
12. Morrissy RT, Steele RW, Gerdes MH. Localized immune complexes and slipped upper femoral
epiphysis. J Bone Joint Surg Br. 1983;65(5):574-9. [ Links ]
13. Eisenstein A, Rothschild S. Biochemical abnormalities in patients with slipped capital femoral
epiphysis and chondrolysis. J Bone Joint Surg Am. 1976;58(4):459-67. [ Links ]
14. Herman JH, Herzig EB, Crissman JD, Dennis MV, Hess EV. Idiopathic chondrolysis - an
immunopathological study. J Rheumatol. 1980;7(5):694-705. [ Links ]
15. Joseph B, Pydisetty RK, Chondrolysis and the stiff hip in Perthes´disease: an immunological
study. J Pediatr Orthop. 1996;16(1):15-9. [ Links ]
16. Yoshioka Y, Shichikawa K. Autoimmunity and chondrolysis of the hip. A report of two cases. Int
Orthop. 1987;11(3):289-93. [ Links ]
17. Abril JC, Ferrer A, Castillo F, Ferrer-Torrelles M. An intraarticular hip process with chondrolysis
simulating Perthes disease: a report of five cases. J Pediatr Orthop. 2000;20(6):729-35.
[ Links ]
18. Houghton KM. Review for the generalist: evaluation of pediatric hip pain. Pediatr Rheumatol
Online J. 2009;7:10-9. [ Links ]
19. Bilski P, Snela S. Difficulties in treating chondrolysis and avascular necrosis of the hip in
adolescent patients. Ortop Traumatol Rehabil. 2006;8(1):34-40. [ Links ]

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 HÉRNIA DE DISCO

        Ilma Aparecida de Souza Cabral, Fisioterapeuta - Osteopata DO

 

 

Introdução

 

A hérnia discal é de longe uma das causas mais frequentes de comprometimento músculo esquelético do ser humano. Por tratar-se de uma patologia comum nos dias de hoje, é um dos fatores de maior atestado médico no mundo empresarial (Fernandes, 2000).

O quadro álgico quando instalado pode perdurar de 07 a 60 dias ou mais, causando impedimento da marcha natural. Além do comprometimento músculo esquelético, pode interferir na função gastrointestinal.

Diagnósticos podem ser feitos a  partir de investigações com exames de imagem do tipo: Tomografia Computadorizada (TC) e Imagem de Ressonância Magnética (IRM).

Vialle et al, escrevem  em 2010 que a prevalencia pelos homens é de 4,8%, enquanto que para as mulheres fica em torno de 2,5%, com uma faixa etária acima de 35 anos.

 

 

Disco intervertebral

 

Com exceção da primeira e segunda vertebra cervical, O disco está presente entre todas as vértebras funcionais  e disposto em quatro camadas, sendo  a mais externa composta por uma densa lâmina de colágeno, a intermediária que é composta por uma fibrocartilagem e o núcleo pulposo ( GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988). O fator coadjuvante para que as hérnias discais são mais posteiores deve-se ao fato de que a face posterior do disco, é composto por  lâminas  mais finas e menos numerosas (Humphreys, 1999).

Em estudos recentes obteve-se o índice assustador, trata-se da informação de que 80% da população mundial adulta têm ou terão lombalgia, 30 a 40% desta população apresentam de forma assintomática hérnia de disco lombar (Ortiz, 2000) e os do sexo masculino são mais acometidos do que os de sexo feminino. Segundo Negrelli,2001, a idade média para ocorrer o primeiro sintoma é na faixa dos 37 anos

 

No Brasil, a repercussão econômica destes dados ja existe e é assustador, é a 1ª causa de pagamento de auxílio doença e a 3ª causa de aposentadoria por invalidez (Fernandes, 2000).

 

Em uma pesquisa feita por Fahrmi (1975) ao estudar uma população de uma floresta na Índia que se agachava ao invés de sentar, e que dormiam no chão ao invés de camas e ou redes, observou-se que essas não tinham nenhuma alteração postural, e nenhuma queixa de dor lombar. Radiografou-se 450 desses indivíduos, com idade entre 15 e 44 anos, não apresentaram nenhuma alteração da coluna vertebral.

 

 

Tratamento

 

Nos dias de hoje ja se encontra como primeira opção o tratamento conservador, ou seja, a cirurgia só é indicada quando este primeiro não age na diminuição do quadro algico nas primeiras seis   semanas, o que significa menos de 10% dos casos (Ortiz,2000).

A hérnia de disco lombar normalmente é de natureza benigna; a finalidade do tratamento é aliviar o quadro algico e proporcionar o retorno precoce às atividades da vida diária e ao trabalho. Pacientes com hérnias sequestradas, jovens, com leve déficit neurológico, hérnias pequenas, pouca degeneração discal, seriam os que melhor se beneficiariam do tratamento conservador. A crise de ciática pode ser tão severa a ponto de incapacitar o paciente e, nesse momento, o tratamento deve reduzir gradativamente a dor e aumentar a atividade física, evitando o repouso absoluto( Vialle et al,2010).

       Onze pacientes foram submetidos ao tratamento conservador por 25 meses, sendo avaliados antes e depois através do exame de TC. Todos obtiveram redução na hérnia de disco, sendo que os melhores resultados foram os das maiores hérnias (Saal, 1990). O autor não citou o tipo de tratamento(Wetler et al,2004)

Alongamentos

 

Os alongamentos são alimentos para o bom funcionamento músculo esquelético, devem ser feito diariamente, independente de se praticar atividade física desportiva ou não. Para pessoas que permanecem por muito tempo fazendo determinada atividade laboral, independente de ser no campo ou no escritório, os alongamentos devem ser feitos a cada uma hora de trabalho. Isto é elegido pela Oms-Organização Mundial de Saúde.

 

 

Tratamento Osteopático

 

O diagnostico correto é o sucesso do tratamento osteopático.

A técnica da osteopatia por agir na biomecânica  do problema , é sem dúvida uma das melhores técnicas para o tratamento das hérnias discais. É focalizada na região vertebral comprometida, porem, por se tratar de uma técnica que visa o corpo globalmente, seu objetivo principal é a busca pelo alivio da dor,  e o bem estar do paciente, sendo a maioria das vezes necessário tratar as  vísceras e ou outras articulaçoes comprometidas.

 

 

Prevenção e Cuidados

 

Prevenir ainda é o melhor remédio. A má postura ao sentar e ou posicionar-se erradamente em qualquer localização no espaço, é fator primordial para causar pressão errada sobre o disco intervertebral. Uma das causas que tem se observado nos pacientes é com relação ao uso da carteira nos bolsos traseiros. Ao sentar sobre elas, alinhamentos dos ilíacos fica comprometido, provocando uma tração sobre o ligamento ílio lombar, gerando uma rotação do corpo vertebral contraria ou não. Este movimento ao ser feito com freqüência, pode causar  a uma pressão e uma tração errada sobre o disco intervertebral levando o núcleo para frente e romper o anel fibroso causando a hérnia discal.

 

 

Conclusão

 

Por ser a hérnia discal uma patologia que causa alem da dor, a incapacidade física, muitas técnicas podem ser abordadas pelo profissional da área de saúde, desde que todas elas sejam antes de tudo analisadas para cada caso separadamente. O ser humano tem seus limites, devemos respeitar todos eles, só assim saberemos onde e como aplicar cada abordagem terapêutica e obter o resultado esperado.

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

Fernandez, Sanches; Serdeira,Afrane;Ziegler, Marcus Sofia; Severo, Carlos Marcelo Donazar; Zardo, Erasmo de Abreu.- Coluna/Column; 11( 1 ):32-34,2012.ilus.tab.

LILACS/ ID: lil-623156

 

Vialle, Luis Roberto; Vialle, Emiliano Neves; Henao, Ruan Esteban Suárez; Giraldo, Gustavo.- Revista Brasileira de Ortopedia. Vol 45 no. 1 São Paulo 2010

 

 

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ESCOLA BRASILEIRA DE OSTEOPATIA-EBOM

ILMA APARECIDA DE SOUZA

Orientadora:Priscila Albuquerque de Araujo

 

APLICAÇÃO DA OSTEOPATIA CRANIANA NA LARINGOMALÁCIA                                                   

 

 

 

 

                                                                             Projeto de pesquisa apresentado à Escola brasileira de Osteopatia  como requisito à

              Aprovação na obtenção do titulo de D.O.

                                                                             

 

LARINGOMALÁCIA        

 

 

1. Introdução

 

 

A Laringomalácia é a mais freqüente alteração congênita da laringe (HOLLINGER, 1993 Apud CARLOS e COSTA, 2002). Caracterizada pelo colapso das estruturas supraglóticas, epiglote, pregas ariepiglóticas e/ou a mucosa aritenóide, a laringomalácia resulta em obstrução das vias aéreas e estridor inspiratório (THOMPSON, 2007). Estima-se que a laringomalácia seja responsável por 75% dos casos de estridor inspiratório congênito, presente ao nascimento ou a partir da primeira ou segunda semana de vida (FAUROUX et al, 2001; SIVAN et al, 2006). Além disso, a laringomalácia é a causa mais comum de obstrução sintomática das vias aéreas superiores em bebês (FAUROUX et al, 2001).

O estridor presente na laringomalácia é bem descrito na literatura e o seu diagnóstico pode ser feito por meio da laringoscopia de fibra óptica flexível, embora este não permita a exclusão de patologias coexistentes das vias aéreas (KELLEY, 2005). Caracteristicamente, o estridor na laringomalácia é inspiratório e se assemelha a um rangido. A obstrução da supraglote apresenta um estridor com características de estertor, é um ronco de um tom mais grave, diferenciado da obstrução da traquéia, que apresenta um som mais agudo, e da obstrução parcial da orofaringe, que produz o estertor mais freqüente durante o sono (MAJUMDAR et al, 2006). Em geral, o estridor da laringomalácia piora com a agitação da criança, durante a alimentação ou o choro e melhora durante o sono (MAJUMDAR et al, 2006).

A maioria dos casos de laringomalácia tem bom prognóstico e resolução espontânea nos primeiros dois anos de vida da criança (GARRIDO et al, 2002). Porém, em aproximadamente 22% dos casos, a obstrução da via aérea pode evoluir com complicações graves, tais como cianose, hipertensão pulmonar e cor pulmonale e morte súbita ou alterações no desenvolvimento neuro-motor (THOMPSON, 2007). À laringoscopia, as crianças apresentam pregas ariepiglóticas mais curtas, epiglote em formato de “ômega” e a mucosa aritenóide mais volumosa. Nos casos em que há piora do estridor ou agravamento do quadro respiratório, é realizada a divisão cirúrgica das pregas ariepiglóticas. Esta intervenção melhora os sintomas na maioria das crianças (THOMPSON, 2007; MAJUMDAR et al, 2006).

A etiologia da laringomalácia ainda é desconhecida. Porém, teorias têm surgido para explicar o colapso das estruturas supraglóticas. Sugeriu-se que o estreitamento da via aérea seria secundário a anormalidades da cartilagem infantil, porém estudos histológicos não confirmaram esta hipótese (KELLEY, 2005). A teoria mais citada atualmente é que a laringomalácia seja proveniente de um distúrbio neurológico que provoca uma hipotonia difusa das estruturas da supraglote e incoordenação motora global. Umas das razões que sustenta essa teoria é que a laringomalácia é comumente acompanhado de comorbidades como o refluxo gastroesofágico, alterações da deglutição, apnéia central e seqüelas neurológicas (MANDUJANO-VALDÉS e SÁNCHEZ-PÉREZ, 2004). Nesse sentido, Worley et al (2003) consideram que a incoordenação e contração exagerada dos músculos respiratórios e do diafragma, especialmente na presença de doenças neurológicas como a paralisia cerebral, podem aumentar a velocidade do fluxo aéreo inspiratório, provocando um fenômeno de sucção dos tecidos da laringe, que são mais complacentes, causando a obstrução e, conseqüentemente o estridor característico da laringomalácia. Outro fato que corrobora a teoria neurológica é que a sedação do sistema nervoso central de crianças típicas resulta nos clássicos sinais e sintomas da laringomalácia, com colapso da laringe (GIANNONI et al, 1998).

Por outro lado, o refluxo gastroesofágico tem sido implicado como causa primária da laringomalácia, devido à associação significativa do refluxo gastroesofágico com a gravidade dos sintomas e complicações da laringomalácia (GIANNONI et al, 1998).

Entretanto, a associação entre o refluxo gastroesofágico e a laringomalácia pode ser explicada pelas relações de intimidade entre esôfago, estômago e vias aéreas, que se iniciam na vida embrionária, uma vez que estes órgãos têm origem em porções adjacentes do intestino primitivo e compartilham a inervação pelo nervo vago. Portanto, a origem das duas disfunções pode ser comum e estar relacionada ao sistema nervoso periférico. Um estudo publicado há mais de 100 anos, por Thomson e Turner (1900, apud THOMPSON, 2007), indicou uma alteração do sistema nervoso periférico vagal como causa de obstrução das vias aéreas por alteração do tônus da laringe.  Recentemente, Thompson (2007) conduziu estudo prospectivo com 201 crianças com laringomalácia para avaliar a função integradora sensório-motora e o tônus da laringe dessas crianças. A autora concluiu que alterações na função sensorial aferente periférica da laringe combinada com atraso no desenvolvimento neuro-motor podem predispor à laringomalácia, em comparação com lactentes típicos. A autora também ressalta a alta associação do refluxo gastroesofágico com a laringomalácia (THOMPSON, 2007).

O nervo vago emerge do crânio pelo forame jugular. Em estudo publicado em 1998, a respeito de crianças portadoras de acondroplasia, Tasker et al mostram que a restrição isolada do forame jugular pode resultar em hipertensão venosa cerebral com hidrocefalia e disfunções na laringe e faringe (TASKER et al, 1998). Portanto, é possível que uma lesão no crânio que leve a uma compressão do forame jugular possa estar implicada na origem da laringomalácia, assim como das alterações associadas, como o refluxo gastroesofágico. Como a laringomalácia é congênita, provavelmente, a compressão do forame jugular tenha ocorrido durante o parto.

Não foi encontrado na literatura nenhum estudo que indique especificamente a ocorrência de compressão do forame jugular durante o parto. Porém, é amplamente conhecido que o trauma no crânio é a lesão mais freqüente ao nascimento, com grande variação quanto à gravidade (PARKER, 2004). Partos tardios e/ou difíceis, que exigem o mecanismo de preensão, rotação e tração da cabeça do neonato, apresentação anormal, o estreitamento de bacia da mãe, diabetes ou obesidade maternas, dentre outros, são fatores de risco para lesões cranianas peri-natais (BENZECRY, 2006; CAMANO e SOUZA, 2002). Forças produzidas durante o parto são transmitidas para o neonato e absorvidas na junção crânio-cervical, na coluna vertebral e especificamente na junção atlanto-axial. A base do crânio é, portanto, susceptível a lesões durante o parto, podendo resultar em distorções do osso occipital que podem levar as alterações funcionais dos nervos que emergem pelos forames presentes nessa região, incluindo o nervo vago (LIM, 2006). Segundo Irvin Korr (1981), deformações no trajeto do nervo, ou em sua raiz nervosa, tais como compressão, estiramento, angulação e torção podem interferir no transporte de substâncias macromoleculares, como as proteínas, fosfolipídios, glicoproteínas, enzimas, mitocôndrias e outras organelas que são transportadas pelos axônios. Qualquer fator que cause perturbação nos mecanismos de transporte ou que altere a quantidade ou qualidade dessas substancia poderá causar danos a estrutura, função e metabolismo (CHAITOW 2001).

O tratamento da laringomalácia preconizado atualmente visa diminuir a obstrução respiratória e o estridor, melhorando as condições gerais de sono e alimentação da criança (THOMPSON, 2007). O tratamento medicamentoso é feito somente para os casos que apresentam refluxo gastroesofágico. Porém, o único tratamento específico para a laringomalácia proposto na literatura é a cirurgia das pregas ariepiglóticas ou traqueostomia, nos casos considerados moderados ou graves (MAJUMDAR et al, 2006; GONÇALVES et al, 2006; THOMPSON, 2007). Nesse contexto, a osteopatia craniana parece ser uma alternativa interessante de tratamento para portadores de laringomalácia. Estudos sobre o impacto da osteopatia craniana na cólica infantil se baseiam na hipótese que a cólica possivelmente é resultado da irritação do nervo vago, associada a restrições da base do crânio, que causam compressão direta ou distorções do trajeto no nervo ou de seu suprimento sangüíneo (LIM, 2006). Recentemente, Hayden e Mullinger (2006) demonstraram melhora significativa no sono e choro persistente de crianças com cólica, tratadas com osteopatia craniana. Por similaridade, é possível que o mesmo ocorra nos casos de laringomalácia.

O tratamento osteopático craniano tem por objetivo liberar o movimento existente entre os ossos do crânio. Em casos de laringomalácia, esse tratamento deve ser direcionado especificamente para a base occipto-craniana, para obter a descompressão do forame jugular, permitindo melhor irrigação sangüínea e drenagem venosa (CHAITOW, 2001).

A lesão craniana restringe também o movimento respiratório primário, ou seja, as flutuações rítmicas do sistema nervoso, que tracionam e relaxam fisiologicamente todo o sistema miofascial corporal (UPLEDGER, 1995). Portanto, uma restrição desse movimento gerará tensões à distância (UPLEDGER e VREDEVOOGD, 1983). Por isso, o tratamento deve avaliar e aliviar as tensões dos músculos e fáscias conectados direta ou indiretamente à laringe, em especial a cadeia fascial anterior: fáscias peri e intra-faringiana, que têm origem no osso occipital, e se continuam como da fáscia peri-esofagiana, que se insere no centro fibroso diafragmático (BIENFAIT,1999).

Na clínica, a osteopatia craniana tem sido cada vez mais utilizada no tratamento das mais diversas doenças, inclusive em crianças muito jovens. Mas pesquisas nessa área ainda são escassas. Nenhum estudo sobre a atuação da osteopatia craniana em casos de laringomalácia foi encontrado nas bases de dados específicas de saúde.

Portanto, o objetivo deste estudo foi descrever e analisar retrospectivamente os resultados da Osteopatia craniana em duas crianças com laringomalácia.

 

 

 

 

2. Relato de caso

 

2.1 Caso 1

 

J.F.M.A., 05 meses, sexo masculino, residente na cidade de Imperatriz-MA, nascido de parto normal, prolongado, com uso de fórcipe, portador de Laringomalácia e Paralisia Cerebral. A principal queixa da mãe era o estridor intermitente que a criança apresentava, melhorando apenas durante o sono, e a regurgitação constante após as mamadas. Foi feito diagnóstico de Laringomalácia e indicada a correção cirúrgica. Porém, devido à paralisia cerebral, optou-se por não realizar a cirurgia. A mãe então procurou o serviço de fisioterapia da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (APAE), onde foi realizado o atendimento osteopático.

 

Avaliação

Foram realizados testes de reflexos e reações. As alterações mais evidentes foram a presença de tônus flutuante e reação de extensão, posição do tórax em inspiração, rotação interna de membros superiores e cruzamento de membros inferiores, durante toda a avaliação foi observado o estridor inspiratório que piorava ao movimento excessivo com a criança, dispnéia e o refluxo gastroesofágico, seguido de choro, baixo peso e atraso no desenvolvimento motor. A mãe relata que a criança apresenta dificuldade pra dormir à noite, acordando com freqüência e que o estridor persiste mesmo dormindo.

 

Protocolo de Tratamento

O tratamento englobou técnicas da Osteopatia Craniana descritas por Leon Chaitow (2001) , John Upledger (1999) e Marcel Bienfait(1999). O tratamento foi realizado durante 08 semanas, com uma visita semanal.

Na primeira sessão, foi feita a observação, avaliação e tratamento do sistema craniossacro, da sincronia da abóbada craniana e dos diafragmas pélvico torácico e cervical. À palpação, observou-se grande restrição fascial no diafragma torácico em direção anterior do pescoço. Com a liberação desta restrição, houve diminuição significativa do estridor, a ponto da mãe pensar que a criança estivesse dormindo. A diminuição do estridor persistiu nos 23 minutos seguintes, tempo este utilizado para aplicar o restante da técnica.

Na segunda sessão, a mãe relatou melhora do sono e da regurgitação.

Terceira, quarta e quinta sessão a mãe relatou, diminuição da regurgitação e do estridor com pausa total por alguns minutos quando acordado,  e melhora no sono. Da quinta pra sexta  sessão ,houve um intervalo de 02 meses por motivos particulares da mãe. A criança retornou  mantendo o quadro.

Sexta sessão, conduta mantida.

Sétima sessão, a mãe relatou estridor esporádico durante o dia e boa melhora da regurgitação, amenização do choro que era freqüente no início.

Oitava sessão, não se observou mais a presença do estridor.

 

 

2.3 Avaliação Pós Tratamento

 

Foi feita uma nova avaliação e observaram-se os seguintes resultados: Ausência do estridor, ausência do  refluxo,ausência da dispnéia .Diante do quadro neurológico o paciente é acompanhado também por outros profissionais e suas condutas; faz sessões de hidroterapia , cinesioterapia, musicoterapia,com relatos dos mesmos de que o paciente vem apresentando grande evolução do quadro.

 

 

 

 2.b Segundo Caso

 

 

A.A.V.A., 02 meses de idade, sexo masculino,residente em Cuiabá-MT, foi selecionado por ser portador de Laringomalácia, A principal queixa da mãe,era o estridor intermitente que a criança apresentava  , permanecendo mesmo durante o sono ,e o refluxo gastroesofágico com freqüência, seguido de choro Com o diagnóstico de Laringomalácia nas mãos fornecido pelo pediatra, a mãe foi orientada pelo mesmo ,a procurar tratamento osteopático

 

2.1.1 Avaliação Fisioterápica

 

O paciente A.A.V.A., foi submetido a avaliação fisioterápica no dia 22/08/07 em uma clínica particular,situada a Rua:  Das Flores s/n,Bairro: Jardim Cuiabá,na cidade de Cuiabá-MT,onde foram realizados testes de reflexos e reações neurológicas considerados normais para a idade.Proveniente de  parto normal com dificuldade e uso de força externa na parturiente levando a mesma a uma síncope passageira .   As alterações mais evidentes foram, posição do tórax em inspiração, durante toda a avaliação foi observado o estridor intermitente dormindo e acordado, com  e sem o choro, dispnéia em repouso  e a presença freqüente do refluxo gastroesofágico seguido de choro,e a mãe relata ainda que o bebe apresenta sono interrompido com freqüência durante a noite

              

 

 

2.2.2Protocolo de Tratamento

 

 

O tratamento englobou técnicas da Osteopatia Craniana e facial  sugeridas e prescritas por Leon Chaitow e John Upledger e Marcel Bienfait. Foram aplicadas 05 sessões no total uma (02) vezes por semana.

Na primeira sessão, a primeira tomada foi feita a observação e análise  e  restabelecimento do sistema craniossacro , em seguida observou-se a sincronia da abóbada craniana ,partindo então ao  o diafragma pélvico, respiratório  e torácico, Ao tentar liberar o diafragma respiratório,apareceu grande tensão fascial local com aumento do choro,após liberação ocorreu ausência do choro seguido de suspiro de alívio com diminuição significativa do estridor, houve presença de restrição em direção a região ao osso hióide ,com reposta de liberação em seguida. 

Na segunda sessão a mãe chegou relatando q a criança tinha diminuído  o refluxo gastroesofágico e com melhora no sono e  diminuição do estridor com pausa total por alguns minutos

Terceira e quarta sessão a mãe relatou, diminuição do estridor com pausa total por alguns minutos quando acordado e diminuição total quando dormindo, diminuição do  refluxo gastroesofágico  e melhora no sono.

Quinta sessão a criança chegou a clínica sem a presença do estridor, a mãe relatou diminuição do  refluxo gastroesofágico.

Sexta sessão não foi realizada por motivos particulares do fisioterapeuta.

 

 

2.3.3 Resultado do tratamento

 

 

Diante do quadro apresentado, foi feita uma nova avaliação obtendo os seguintes resultados: Ausência do estridor, diminuição do  refluxo ,ausência da dispnéia, e aumento  significativo das horas de sono durante a noite

 

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

Diante dos quadros apresentados houve grande melhora dos sinais e sintomas com boa evolução do quadro geral do paciente.

Em concordância com a literatura (CHAITOW,2001; UPLEDGER,1983;BIENFAIT,1999), foi possível observar que a aplicação da técnica Osteopatia craniana e fascial , foi eficaz no tratamento  da sintomatologia da laringomalácia desses dois casos. Porem é necessário um estudo maior para chegarmos realmente a conclusão de que a técnica mencionada é realmente eficaz para tal.

 

 

 

 


3. Referências bibliográficas

 

 

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